segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O ESCOTISMO É MÉTODO EDUCATIVO MUITO EFICIENTE. PROVA CIENTIFICA

São muitas as publicações sobre o escotismo, nas diversas esferas da Organização e sob as mais diversas visões, tais como revisão histórica ou biografias e particularidades do fundador Baden Powell ou espiritualidade, etc.. Neste momento temos a oportunidade de, acredito que pela primeira vez, podermos abordar o escotismo sob ponto de vista cientifico, demonstrando a real validade do escotismo como método educacional conforme artigo descrito a seguir:

O auto-controle na infância prediz a saúde e o bem estar. Ensinando pouca disciplina pode poupar contribuintes a longo prazo. Publicado em 24 de janeiro de 2011. Karl Leif Bates

Crianças rebeldes, descontroladas na vida adulta vieram a ter mais problemas e menos saúde.

O estudo de longo prazo feito por DURHAM, N.C; evidenciou que crianças com baixa pontuação na avaliação de autocontrole, com idade de três anos, vieram a apresentar aos 32 anos, maior incidência de problemas de saúde como dependência química, problemas financeiros e registros criminais.

O autocontrole foi avaliado em mais de 1000 crianças da Nova Zelândia por professores, pais, observadores e pelas próprias crianças. Foram incluídas medidas como: baixa tolerância a frustração, pouca perseverança em atingir metas, dificuldade em cumprir tarefas, hiper atividade, fazer antes de pensar, dificuldade em esperar a vez, inquietude e inconseqüência.

Crianças que "buscaram resultados antes do tempo", vieram a apresentar na vida adulta, maiores incidências de problemas respiratórios, doenças gengivais, doenças sexualmente transmissíveis, doenças inflamatórias, excesso de peso e níveis elevados de colesterol e pressão arterial, de acordo com uma equipe de pesquisa internacional liderada por psicólogos da Duke University, Terrie Moffitt e Avshalom Caspi.

A impulsividade e a relativa incapacidade de pensar a longo prazo dos indivíduos com mais baixo autocontrole deram-lhes mais dificuldade com as finanças, como a poupança, casa própria e dívida de cartão de crédito. Eles também tinham maior probabilidade de serem pais únicos, terem registro de condenação penal e serem dependentes de álcool, tabaco, maconha e drogas mais pesadas.

"O maus resultados na vida adulta eram previsíveis em crianças com baixo escore de autocontrole" disse Moffitt. Ainda os participantes do estudo que de alguma forma encontraram uma maneira de melhorar seu autocontrole, deram-se melhor na idade adulta do que suas pontuações de infância poderiam prever.

O autocontrole é algo que pode ser ensinado, dizem os pesquisadores, e permitindo assim aos contribuintes poupar muito dinheiro com problemas de saúde, justiça criminal e abuso de substâncias.

Para corroborar ainda mais a importância de autocontrole, Caspi e Moffitt fizeram a mesma análise numa amostra de 500 pares de gêmeos fraternos na Grã-Bretanha onde descobriram que o irmão com contagens de auto-controle inferiores aos 5 anos tinha maior probabilidade que seu irmão a começar a fumar, ir mal na escola e engajar-se em comportamentos anti-sociais aos 12 anos. "Isso mostra que autocontrole é por si só importante, além de todos os outros fatores que compartilham com seus irmãos, como seus pais e a vida familiar," disse Caspi.

As crianças da Nova Zelândia com baixo auto-controle eram mais propensas a fazer escolhas erradas quando adolescentes, como fumar, ter gestações não planejadas e abandono escolar. Naturalmente, isso faz trilhar um caminho mais difícil. Até mesmo os indivíduos de baixo autocontrole que terminaram o ensino médio como não-fumantes sem filhos mostraram resultados mais pobres aos 32 anos. E por causa de uma probabilidade maior de uma situação mono parental e renda limitada, é também evidente que "autocontrole baixo de uma geração coloca a próxima geração em desvantagem", disse Moffitt.

"A boa notícia é que o autocontrole pode ser alterado. As pessoas podem mudar,"disse Alexis Piquero, professor de criminologia na Universidade Estadual da Flórida que não estava envolvido na pesquisa.

Piquero, que estuda as raízes do desenvolvimento do comportamento criminoso, disse que há muitas ferramentas para os pais e professores ensinar autocontrole. Por isso algumas escolas estão criando jogos destinados a desenvolver o autocontrole. Um dos jogos usa peças de teatro para que as crianças aprendam a executar papéis. Esse é um recurso em meio a diversos tipos de brincadeira, cuja recompensa está associada à capacidade de lidar com a frustração e de postergar alguma decisão. Estimula-se, assim, a capacidade de encontrar soluções para desafios.

"Identificando baixo autocontrole tão cedo quanto possível e fazendo prevenção e intervenção é muito mais barato" do que lidar com prisões, programas de droga e falhas econômicas pessoais, disse Piquero.

O estudo foi patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos da America, pelo Conselho Nacional de Pesquisa do Reino Unido, pelo Conselho Pesquisa na Saúde da Nova Zelândia, pela Universidade Hebreu, e pela fundação Jacobs. Como co-autores desta pesquisa incluem-se pesquisadores da Universidade Real de Londres, e da Universidade de Otago de Nova Zelândia.

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Neste artigo científico, o que mais chama a atenção é que o autocontrole é possível de ser aprendido. Como exemplo mais simples de aprender autocontrole está nos primeiros anos de vida escolar, onde a criança levanta seu braço, espera a sua vez e em seguida tem a oportunidade de se manifestar. Isto significa disciplina.

Para bons entendedores pode ser enfadonho repetir sobre as atividades escoteiras, mas vale a pena citar onde o desenvolvimento do auto-controle está presente no Movimento Escoteiro (ME).

Na mais comum das atividades escoteiras, os jogos, o autocontrole é exigido para se estar dentro das regras. Quando o jogo é por Patrulhas (grupos de 6 a 8 jovens) cada um tem um papel a cumprir, necessário para que a Patrulha tenha bom desempenho, de modo que um jovem não pode executar aquilo que lhe convier.

Uma das principais características do ME é a atividade baseada no Sistema de Patrulhas. A hierarquia dentro da Patrulha é conquistada através de condições como: idade, maturidade, conhecimento e indicação dos demais membros da Patrulha e da Tropa (grupo de até 4 Patrulhas).

Tanto nos jogos e no dia a dia do Sistema de Patrulhas, onde a competição é um dos fundamentos, os jovens lidam todos os dias com sucessos e frustrações, aprendendo a reconhecer suas melhores qualidades e limitações, tanto pessoais, quando de sua Patrulha, de modo a buscar sempre o aperfeiçoamento.

O conhecimento aumenta o autocontrole. O escotismo contempla com reconhecimento, através de distintivos em diversos graus, o demonstrar saber em quaisquer áreas do conhecimento desde habilidade em cozinha, até grandes conhecimentos em primeiros socorros, esportes, artes, etc..

Uma das facetas mais atrativas do escotismo é o contato com a natureza. Um exemplo prático é o acampamento, onde se aprende a construir rusticamente a mesa e a cobertura, local que será o abrigo e a cozinha. O jovem "sobrevive" com a comida que ele próprio preparou. Nas caminhadas que podem ser de curta ou longa distancia (às vezes mais de 40km), carregam o próprio abrigo, água e comida, tendo assim o privilégio de desfrutar de paisagens belíssimas.

O autocontrole está presente no artigo da Lei que diz "O escoteiro é obediente e disciplinado". Não significa que formamos pessoas que concordam com tudo, mas sim gente que sabe colocar suas posições de forma assertiva.

CONCLUSÕES:

· Tudo no ME, está imbricado com a aprendizagem do autocontrole.

· A crença no ME é constantemente reforçada ao encontrarmos com algum ex-escoteiro bem sucedido na sua vida profissional ou familiar, e sabemos que em algum momento o escotismo fez a diferença para ele.

· Nesse momento, ter uma prova cientifica, de que Escotismo tem tudo a ver com sucesso na vida adulta, reforça muito as nossas crenças e proporciona uma ferramenta muito forte aos governantes que procuram dar o devido valor ao ME.

Jorge Kuma Sototuka
Diretor de Programa Educativo do GE Falcão Peregrino - SP20
Membro da Comissão Regional de São Paulo de atualização de Programa

Fonte : www.escoteiros.org.br

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