Um pouco sobre o assunto
O uso da Manta é uma das tradições mais
conhecidas do Escotismo e vai sendo transmitida de chefe para chefe e, realmente,
não sabemos se a história é a expressão da verdade! As histórias costumam
sofrerem alterações conforme o entendimento de quem a recebe e repassa para
aqueles interessados, salvo se estiverem escritas e bem arquivadas. Talvez
tenhamos recebido já floreada, porem sabemos que, se foi feito, foi com a maior
boa intenção. Às vezes tem como origem uma lenda e sendo positiva, é aceita. A repetição
torna a história, uma tradição...
A Manta do Fogo de Conselho também chamada
de Capa ou Cobertor foi criada naturalmente, presumindo-se que tenha sido pelo
próprio Baden Powell. Quando ele
viajou pelos cinco continentes, notou que uma cerimônia era feita por todas as
tribos, mesmo sem nunca antes terem tido contato entre si. Em todos os
continentes essa prática era comum e espontânea.
Acendiam um fogo quando a noite chegava e
se reuniam em volta para esquentar, iluminar, espantar os animais selvagens, se
conhecerem melhor, cantar, tomar decisões e, como não havia imprensa, passavam
informações aos mais novos, conversando em volta do fogo.
Ensinavam a arte da guerra, da caça e da
pesca, sempre com gestos imitando ora a caça, ora o caçador e várias danças
(origem das nossas esquetes). Portavam colares com os dentes e patas dos
animais que caçavam e o que eles conseguiam dos inimigos vencidos. Em algumas
tribos era prática usar a pele de um animal caçado como se fosse uma capa ou
poncho e nela eram colocados os dentes, escalpos etc.
Quanto mais destes “troféus possuíssem”,
maior era a sua bravura e o respeito que recebiam. Exibiam tbém as cicatrizes
dessas lutas. Eram queridos, admirados e gozavam de grande prestigio na tribo.
Então BP com muita criatividade, trocou
essas “patas, dentes, garras, cicatrizes e armas” substituindo por
“distintivos” de atividades, costurados em uma “manta” para ser usada no Fogo
de Conselho, que ele adotou com algumas adaptações. Está se tornando tradição,
quando se recebe o Distintivo de Promessa e mesmo outros distintivos,
substituem-se por outros iguais e colocam-se os originais na manta, para
preserva-los.
Desta forma apareceu a “Manta do Fogo de
Conselho” e nela é mostrada a vida escoteira, através dos distintivos de
eventos que participou, ganhou ou trocou com outros escoteiros. Não vale
comprar distintivos para colocar na manta. Comprar distintivos somente para
trocar nos eventos, com outros Escoteiros.
O tamanho da manta, modelo, pano, diferente
ou igual para todo o Grupo, são os tipos usados. A maioria faz a manta com um
cobertor de solteiro, cortando o excesso e fazendo um buraco no centro para
passar a cabeça. Faz-se uma bainha em toda volta p/ não desfiar. Serve inclusive para os dias frios de
acampamento. Pode-se cortar quadrada, retangular, redonda ou oval. Ter duas
saídas laterais para os braços ou nenhuma. De uma só cor ou quadriculadas como
as mantas Paraíba.
Também
podem ser feitas com manta de microfibra, pois é quente, macia, leve, fica pouco
volumosa para transportar e não é cara! Para agasalhar ainda mais, pode colocar
um capuz, do mesmo tecido da manta, aproveitando que a maioria vem em formato
retangular e sempre sobra uma faixa e que pode ser usada para fazer dois
bolsos, um interno e grande, e um externo, pequeno, ambos os bolsos podem ser
fechados com zíper.
Não é aconselhável colocar distintivos de
metal, pins, tops e broches, pois ao usar a manta par se cobrir, os distintivos
de metal incomodam e podem ferir. Para usa-los é mais indicado coloca-los em um
gorro de lã que será substituído na hora de dormir.
Quando já estão com alguns distintivos, ficam
muito bonitas, e é uma tradição do Escotismo, pois conta a história de quem a
usa alem de ser muito útil. Os distintivos podem ser costurados com linha ou
colados com revolver de cola quente, que dá menos trabalho, porem deve-se fazer
uma revisão de vez em quando, pois às vezes descola as pontas e soltam. Colar
com cola de tecido não tem ficado muito firmes, devido aos pelos da manta.
Nunca deixem acumular distintivos para colar, pois se forem muitos, você acaba
perdendo a vontade de fazê-lo. O ideal é
colocar o distintivo na manta o mais rápido possível.
O ambiente do Fogo de Conselho fica mais
alegre quando existem vários Escoteiros usando suas mantas, e ainda os mantêm
agasalhados. Sempre há a necessidade do extremo cuidado ao chegar perto do fogo
usando a manta, pois um momento de descuido pode encostar a manta nas chamas ou
até mesmo, na cozinha do acampamento, enroscar em uma panela.
Os chefes devem motivar seus Escoteiros
fazerem suas mantas, “montando” suas histórias através dos distintivos colocados
durante anos, tornando-se um praticante das Místicas e Tradições do Movimento
Escoteiro!
Elmer
S. Pessoa - DCIM
Lenita
A. Pessoa - DCIM