quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A MANTA PARA O FOGO DE CONSELHO

Um pouco sobre o assunto

O uso da Manta é uma das tradições mais conhecidas do Escotismo e vai sendo transmitida de chefe para chefe e, realmente, não sabemos se a história é a expressão da verdade! As histórias costumam sofrerem alterações conforme o entendimento de quem a recebe e repassa para aqueles interessados, salvo se estiverem escritas e bem arquivadas. Talvez tenhamos recebido já floreada, porem sabemos que, se foi feito, foi com a maior boa intenção. Às vezes tem como origem uma lenda e sendo positiva, é aceita. A repetição torna a história, uma tradição...

A Manta do Fogo de Conselho também chamada de Capa ou Cobertor foi criada naturalmente, presumindo-se que tenha sido pelo próprio Baden Powell.            Quando ele viajou pelos cinco continentes, notou que uma cerimônia era feita por todas as tribos, mesmo sem nunca antes terem tido contato entre si. Em todos os continentes essa prática era comum e espontânea.  

Acendiam um fogo quando a noite chegava e se reuniam em volta para esquentar, iluminar, espantar os animais selvagens, se conhecerem melhor, cantar, tomar decisões e, como não havia imprensa, passavam informações aos mais novos, conversando em volta do fogo.

Ensinavam a arte da guerra, da caça e da pesca, sempre com gestos imitando ora a caça, ora o caçador e várias danças (origem das nossas esquetes). Portavam colares com os dentes e patas dos animais que caçavam e o que eles conseguiam dos inimigos vencidos. Em algumas tribos era prática usar a pele de um animal caçado como se fosse uma capa ou poncho e nela eram colocados os dentes, escalpos etc.
Quanto mais destes “troféus possuíssem”, maior era a sua bravura e o respeito que recebiam. Exibiam tbém as cicatrizes dessas lutas. Eram queridos, admirados e gozavam de grande prestigio na tribo.

Então BP com muita criatividade, trocou essas “patas, dentes, garras, cicatrizes e armas” substituindo por “distintivos” de atividades, costurados em uma “manta” para ser usada no Fogo de Conselho, que ele adotou com algumas adaptações. Está se tornando tradição, quando se recebe o Distintivo de Promessa e mesmo outros distintivos, substituem-se por outros iguais e colocam-se os originais na manta, para preserva-los.
Desta forma apareceu a “Manta do Fogo de Conselho” e nela é mostrada a vida escoteira, através dos distintivos de eventos que participou, ganhou ou trocou com outros escoteiros. Não vale comprar distintivos para colocar na manta. Comprar distintivos somente para trocar nos eventos, com outros Escoteiros.

O tamanho da manta, modelo, pano, diferente ou igual para todo o Grupo, são os tipos usados. A maioria faz a manta com um cobertor de solteiro, cortando o excesso e fazendo um buraco no centro para passar a cabeça. Faz-se uma bainha em toda volta p/ não desfiar.  Serve inclusive para os dias frios de acampamento. Pode-se cortar quadrada, retangular, redonda ou oval. Ter duas saídas laterais para os braços ou nenhuma. De uma só cor ou quadriculadas como as mantas Paraíba.

Também podem ser feitas com manta de microfibra, pois é quente, macia, leve, fica pouco volumosa para transportar e não é cara! Para agasalhar ainda mais, pode colocar um capuz, do mesmo tecido da manta, aproveitando que a maioria vem em formato retangular e sempre sobra uma faixa e que pode ser usada para fazer dois bolsos, um interno e grande, e um externo, pequeno, ambos os bolsos podem ser fechados com zíper.

Não é aconselhável colocar distintivos de metal, pins, tops e broches, pois ao usar a manta par se cobrir, os distintivos de metal incomodam e podem ferir. Para usa-los é mais indicado coloca-los em um gorro de lã que será substituído na hora de dormir.

Quando já estão com alguns distintivos, ficam muito bonitas, e é uma tradição do Escotismo, pois conta a história de quem a usa alem de ser muito útil. Os distintivos podem ser costurados com linha ou colados com revolver de cola quente, que dá menos trabalho, porem deve-se fazer uma revisão de vez em quando, pois às vezes descola as pontas e soltam. Colar com cola de tecido não tem ficado muito firmes, devido aos pelos da manta. Nunca deixem acumular distintivos para colar, pois se forem muitos, você acaba perdendo a vontade de fazê-lo.  O ideal é colocar o distintivo na manta o mais rápido possível.

O ambiente do Fogo de Conselho fica mais alegre quando existem vários Escoteiros usando suas mantas, e ainda os mantêm agasalhados. Sempre há a necessidade do extremo cuidado ao chegar perto do fogo usando a manta, pois um momento de descuido pode encostar a manta nas chamas ou até mesmo, na cozinha do acampamento, enroscar em uma panela.
Os chefes devem motivar seus Escoteiros fazerem suas mantas, “montando” suas histórias através dos distintivos colocados durante anos, tornando-se um praticante das Místicas e Tradições do Movimento Escoteiro!

Elmer S. Pessoa - DCIM                                                                                               
Lenita A. Pessoa - DCIM

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